Venezuela realiza eleições regionais sob denúncias de farsa e repressão

Mundo

Participação baixa e denúncias de fraude marcam o pleito

No dia 25 de maio de 2025, a Venezuela realizou eleições regionais e legislativas que, embora legitimadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), foram amplamente criticadas por opositores e por parte da comunidade internacional. Com uma participação de apenas 42,6%, o processo foi marcado pela rejeição popular e pela acusação de que se tratou de uma “farsa orquestrada” pelo regime de Nicolás Maduro.

O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), liderado por Maduro, foi declarado vencedor em 23 dos 24 estados, incluindo a região disputada de Essequibo, o que gerou ainda mais polêmica.

Oposição denuncia repressão e perseguição

A principal coalizão opositora, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), boicotou as eleições, alegando falta de condições democráticas e imparcialidade. Líderes como María Corina Machado chamaram o pleito de “fraude eleitoral institucionalizada” e denunciaram a prisão de cerca de 70 opositores nos dias que antecederam a votação.

Os detidos foram acusados de integrar uma suposta “rede de terrorismo”, mas organizações de direitos humanos e observadores independentes afirmam que se tratam de ações de intimidação política, com o objetivo de esvaziar o processo democrático.

Essequibo vira peça eleitoral e preocupação diplomática

Um dos aspectos mais controversos da eleição foi a inclusão da região de Essequibo, território em disputa com a Guiana, como estado votante. A medida, criticada por especialistas em relações internacionais, foi interpretada como uma tentativa do governo Maduro de capitalizar apoio interno por meio do nacionalismo exacerbado.

Governos estrangeiros, como os dos Estados Unidos e da União Europeia, expressaram preocupação com a violação de acordos internacionais e o agravamento das tensões diplomáticas na América do Sul.

População desacredita nas instituições

Diante de um cenário marcado pela repressão, ausência de observadores internacionais confiáveis e baixa adesão popular, cresce entre os venezuelanos o sentimento de desconfiança nas instituições eleitorais. Muitos acreditam que os resultados não refletem a vontade do povo, mas sim o controle autoritário exercido pelo regime chavista.

A oposição continua a sustentar que Edmundo González foi o verdadeiro vencedor das eleições presidenciais de 2024, e exige uma transição democrática com supervisão internacional.

Caminho incerto para a democracia

Com o controle quase absoluto do território e das instituições, Nicolás Maduro fortalece seu poder político, mas enfrenta uma população cada vez mais insatisfeita e uma comunidade internacional crítica. As eleições de 2025, longe de oferecer estabilidade, aprofundam a crise política e social da Venezuela.

A busca por um caminho democrático e transparente segue sendo o principal desafio para o povo venezuelano, que continua a clamar por mudanças reais e representatividade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *